sábado, 18 de outubro de 2008

Kill Your Idols

E a Pitchfork disponibilizou (provavelmente, por tempo limitado) o documentário Kill Your Idols. O filme conta um pouco da história da no wave, com entrevistas de Lydia Lunch, Arto Lindsay, Glenn Branca, Thurston Moore, entre outros. A partir de um certo ponto, o documentário começa a falar sobre a cena atual (atual de 2002...) de Nova York e a fazer comparações entre passado e presente e a coisa fica meio besta. Primeiro porque eles fizeram uma seleção completamente aleatória de bandas (tem desde o ótimo Gogol Bordello até o medonho a.r.e. weapons, de quem eu felizmente nunca mais ouvi falar), segundo porque esse discursinho de "ai, antigamente que era bom" não cola, né... ainda mais quando é uma Lydia Lunh balofa e ressentida quem está falando.
Mas, de qualquer forma, vale como documento histórico. E está disponível de graça...

O link: http://www1.pitchfork.tv/week/kill-your-idols

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Percorso Ensemble - A música de Steve Reich

Acabei de voltar do concerto A música de Steve Reich, do Percorso Ensemble, grupo brasileiro de percussão dirigido por Ricardo Bologna. Foi um concerto curto, só duas peças de cerca de meia hora cada uma. A primeira foi Six Marimbas, de 1986, e a segunda e última, Sextet, de 1984.

Antes de começar o concerto propriamente dito, Bologna explicou um pouco da técnica minimalista do compositor usando trechos da primeira peça como exemplo. O diretor também contou que Reich não gostava de ver sua música classificada como "minimalista": preferia "repetitiva". Enquanto isso, dezenas de mosquitinhos do calor, que na verdade são cupins, faziam a festa. E foi um tal de músico dar baquetada em mosquito, mosquito invadir partituras... uma beleza. Sorte que, segundos antes de o concerto começar pra valer, alguém do público deu a idéia de diminuir a luz do palco e acender uma luz no fundo da platéia para desviar os bichinhos infernais dos pobres percussionistas.

Problemas com insetos resolvidos, começou Six Marimbas. Me lembrou bastante a sexta sinfonia pra guitarra do Glenn Branca, sobre a qual já fiz alguns comentários aqui. No meio de um bololô sonoro, nascem algumas melodias, que começam baixinhas, crescem e depois se esvaem, como uma paisagem na estrada quando se está viajando de carro. E então nossa atenção se volta para uma acentuação diferente, ou para a própria base quase hipnótica de tão repetitiva, e depois para uma nova mini-melodia que surge suavemente. Como o próprio Bologna comentou, no pequeno intervalo entre uma peça e outra, a música minimalista talvez seja a mais democrática para o ouvinte, pois cada um tem sua atenção voltada para algo diferente, cada um tem sua própria audição da peça. Diferente da música a que estamos acostumados, na qual nossa atenção é constantemente guiada e só com muito esforço conseguimos reparar em algo que não seja a melodia principal. Na música minimalista, o ouvinte não é levado pela mão.

A segunda peça, Sextet, foi um pouco mais difícil de absorver - pelo menos para mim. Mas isso não é nenhum defeito, muito pelo contrário: quanto mais desafiador, melhor. Sextet é linda, com variedade timbrística que inclui tambores, marimbas, pianos, sintetizadores, vibrafones, vibrafones tocados com arco de contrabaixo e até um gongo (tocado uma vez só), mas, enquanto Six Marimbas possui uma forma rigidíssima (os três movimentos são praticamente as mesmas linhas rítmicas e melódicas tocadas em tonalidades diferentes), Sextet é mais solta. São muitos elementos, muitas possibilidades, enfim, muita informação, que meu cérebro pouco acostumado com música cerebral não conseguiu processar direito.

Acho que preciso de mais algumas audições para conseguir achar o Wally...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Pobre blog abandonado...

Estágio (que só agora começou pra valer) + trocentos trabalhos pra faculdade + 9 LPs novos (Itamar, Tetê, Rumo, Premê - rimou!!) + muito sono = blog abandonado.

Mas prometooooo retomá-lo de verdade, nem que seja só em dezembro. Aí juro que posto uma resenha do Big Science, primeiro disco da Laurie Anderson (que é fodaço, jizuiz), falo mais sobre as sinfonias pra guitarra do Glenn Branca (que baixei e nem ouvi, desnaturada)e tudo mais que for barulhento.

Só pra não perder o pique, dois vídeos:


Performance Um Almoço para Arnold Schoenberg, by Dudu Tsuda e Tulipa Ruiz


"Seele Brennt" - Einstürzende Neubauten (é uma sacanagem com a borboleta,mas putavideofodadocaraleo)