Isso acontecia comigo na época em que eu me dedicava 100% à música (como musicista mesmo, não como ouvinte/aspirante à cricrítica): chegavam as férias, eu só queria ouvir música ruim. Com essa maluquice toda de TCC sobre Itamar Assumpção, eis que voltou essa mania. Não tenho vontade nenhuma de escutar os álbuns do Swans, Lou Reed e Funkadelic que eu baixei ou os LPs do Tom Jobim e do Milton Nascimento que eu comprei. Quero mesmo é entrar no youtube e ficar vendo hits trash dos anos 80 (tipo esse, esse ou ainda esse). Mas o que anda me assustando mesmo é o desejo de ouvir hard rock farofa. No caso do Extreme, do Guns e do Skid Row eu ainda tenho a desculpa do Nuno Betencourt, do Axl Rose ou do Sebastian Bach (pois, é claro, só ouço as músicas devidamente acompanhadas de clipes), mas o que posso alegar em minha defesa quando estou viciada em uma música do DEF LEPARD???
Desviando o foco do meu umbigo um pouco, me pergunto: será que música ruim desestressa? Levando em conta que todos esses artistas que eu citei fazem música totalmente tra-la-la, não usam dissonâncias ou barulhos e ainda criam umas melodias e uns refrões que grudam mais que chiclete em cabelo, será que música ruim desestressa justamente por só exigir do ouvinte que ele bata os pezinhos e cante junto?
Agora imagine só... você trabalhou o dia inteiro em algum serviço desgraçado tipo lavar banheiro ou vender cartões de crédito por telefone, depois ficou duas horas no ônibus até chegar em casa. Quando você pode finalmente se estirar no sofá e aproveitar os poucos momentos do dia em que pode fazer o que der na telha, você vai querer ouvir Einstürzende Neubauten ou A-Ha?
Fica a questão.
PLAY IT AGAIN... (Duos)
Há um dia