segunda-feira, 23 de abril de 2012

Abra os ouvidos: Ches Smith

Papo reto: o baterista Ches Smith cometeu dois dos melhores shows que rolaram nessa cidade maldita em 2012. Se tive uma série de poréns em relação a ele na apresentação com David Torn e Tim Berne, no show do incrível Secret Chiefs 3, o baterista arregaçou - especialmente no momento em que o pedal quebrou e ele levantou calmamente para resolver sozinho a situação enquanto os outros integrantes da banda seguravam um improviso animalesco.

Por isso e por ter um currículo invejável, sr. Smith ganhou um post especial por aqui. Seria muita pretensão querer discorrer sobre todos os projetos dele (até porque não conheço direito a maioria, confesso), mas apresento aqui um rápido tour pelas diferentes facetas musicais do moço.

Com Snakeoil, banda do saxofonista veterano Tim Berne:


Falando em Tim Berne, o saxofonista está na formação do These Arches, banda que executa composições do próprio Ches Smith e da qual a guitarrista Mary Halvorson também faz parte:


E falando em Mary Halvorson, ela, Ches e Trevor Dunn formam o Trio Convulsant, mezzo jazz fino, mezzo porrada:


E falando em Tevor Dunn, ele e Ches tocam juntos na banda de rock MadLove:


Além disso, Ches também toca no Ceramic Dog, do Marc Ribot, guitarrista que é colaborador de longa data de John Zorn:


Só gente fraquinha, né?

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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Thurston Moore: não é só rock'n'roll


Quando Thurston Moore lançou o disco-solo Demolished Thoughts, no ano passado, duas coisas me chamaram a atenção: a ausência de eletricidade e a ausência de ruído. O guitarrista do Sonic Youth havia, afinal, lançado um álbum de canções - que lembrava bastante, aliás, o disco de fossa Sea Change, do Beck, que assinou a produção de Demolished Toughts.

Por isso, fui ontem ao Cine Joia preparada para ver um grande show (afinal, é o Thurston Moore, caralho!), mas sem barulho, experimentações e partes instrumentais longas. Cara, como eu estava errada! Apesar de Moore não ter chutado o balde de vez e feito um set de improvisação lóki (pedra que o Fabrício Vieira cantou no Twitter), as canções "calminhas" do disco ganharam partes instrumentais insanas, o violão foi substituído por guitarra em várias músicas e mesmo o instrumento acústico ganhou uma boa dose de distorção em alguns momentos. Enfim, uma lindeza.

Teve também um cover torto de Rolling Stones, It's Only Rock'n'Roll But I Like It - um tanto irônico, já que o trabalho do artista está longe e ser só rock'n'roll:



O show só não foi perfeito por causa de um detalhe: a plateia. É muito triste que um artista como Thurston Moore, que não está aí pra pagar de cool, atraia tanta gente sem educação, que prefere conversar sobre o que comeu no café-da-manhã (leite com pera, claro) a apreciar o puta show que estava rolando. Era impressionante como as pessoas não calavam a boca em um momento sequer e como não paravam de transitar pelo espaço pra fazer um social e comprar bebida (e distribuir empurrões para quem estava no caminho, já que "com licença" parece não fazer parte do vocabulário hipster). Se o público do John Zorn mereceu uma cuspida, o do Thurston Moore merecia um contêiner de saliva.

Enquanto eu estava lá levando uns cotovelaços e tentando ouvir a música por trás do blá blá blá, lembrei que provavelmente a melhor plateia de show de pista que eu vi recentemente foi a do show do Mayehm - sim, MAYHEM! Como a banda não atrai quem quer dar uma de descolado, como o local do show (o horroroso Carioca Club) não atrai quem quer dar uma de descolado e como "black metal" não é um rótulo que pode causar confusões (como acontece com free jazz, por exemplo), o pessoal que foi ver Attila e cia. estava lá pra ver Attila e cia.

O nome disso é RESPEITO. Simples assim.

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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Secret Chiefs 3 no Brasil!

Em breve, em um SESC (nem tão) perto de você:



Coisa linda, né? Conheci essa banda depois que algumas pessoas me falaram sobre ela no show do John Zorn. Acontece que o guitarrista, Trey Spruance, tocava naquela outra coisa linda chamada Mr. Bungle e também pode ser considerado um discípulo do Zorn - embora em doses bem menores do que o vocal do Mr. Bungle, Mr. Patton.



Enquanto o Mr. Bungle foi fundo na questão das composições organizadas em blocos, o Secret Chiefs 3 pegou emprestado do Zorn a maneira não óbvia nem caricata de abordar estilos de música tradicionais/folclóricos. O grupo, inclusive, gravou um songbook do Masada - ainda não ouvi, porque não consegui baixar a belezinha.

Tá a fim de ver? Então corre:

Secret Chiefs 3
Quando: 19 de abril às 21h30
Onde: SESC Belenzinho - Rua Padre Adelino, 1000
Quanto morre: R$ 24 (inteira), R$ 12 (meia), R$ 6 (comerciário)

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