Dando aquela flanada corriqueira pelo Youtube, achei esse vídeo que traz imagens de shows do Swans na Inglaterra em 1986 e o clipe de A Screw. É um registro, portanto, da fase mais visceral e soco no estômago do grupo.
Apesar de contar com uma formação não exatamente enxuta (guitarra, baixo, duas baterias e teclado), o som do Swans consiste no mínimo essencial: um ou dois riffs repetidos ad nauseum formam a base sobre a qual Michael Gira grunhe frases como "I'm a coward/ Put your knife in me" ou "I cut off my right hand/ and stand in your shadow".
Funciona como um animal selvagem que recebe uma quantidade de alimento somente necessária para mantê-lo vivo: uma mistura de apatia profunda e fúria incontrolável. E não é só a música que expressa essa condição doentia: a presença de palco de Gira (especialmente no momento em que ele enrola o cabo do microfone no pescoço enquanto canta A Hanging) também denota auto-depreciação e o pendor para a auto-destruição - ele já disse em entrevistas que gostaria de apagar completamente seu corpo com a música e que não suportava sua própria presença física.
Vendo esse vídeo, dá pra entender porque depois o Swans deu uma leve inclinada para a música "pop" em Burning World. Caso continuasse na pegada dos primórdios, Gira teria um colapso no meio de algum show sairia do palco direto para uma ambulância - ou para um carro funerário.
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PLAY IT AGAIN...
Há 2 dias
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