quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Retrô 2012: shows

Fui a muitos shows em 2012 e posso dizer que vi vários ótimos, alguns muito bons, um ou outro um pouco decepcionante e nenhum que me deu vontade de rasgar o ingresso. Destaco aqui os quatro que achei mais impactantes:

Masada
Quando soube que o John Zorn vinha pro Brasil com o Masada, fiquei um tanto frustrada - afinal, o projeto de música judaica moderna é o que há de menos torto na longa lista de bandas e projetos tortos de Zorn. Mas, cusparada e rabugice à parte, o show no Cine Joia foi perfeito, uma mistura na medida de fritação experimental e melodias pra cantar, dançar, assoviar.



Glenn Branca
Apesar dos discos da Glenn Branca Ensemble serem assombrosos, fica claro que as gravações não são o suporte ideal para a música de Branca, já que ele trabalha muito com fenômenos acústicos, sons que não estão na partitura, mas que são gerados a partir da interação entre os instrumentos - e isso é muito difícil de registrar em disco. No teatro do SESC Belenzinho,  ouvi gritos, muitos gritos, saindo dos amplificadores. Fora o impacto físico do som no talo e a performance à lá Elvis desconjuntado do mr. Branca.


Urs Leimgruber, Roger Turner e Coletivo Abaetetuba
Um exercício radical de improvisação e exploração das possibilidades apresentadas por instrumentos e não-instrumentos. Dediquei um post longo do blog a esse show.


Orquestra Alfabeto
A pessoa que vi mais vezes num palco em 2012 foi o Carlos Issa: três shows do Objeto Amarelo, um do Afasia e um da Orquestra Alfabeto. Este último, na Galeria Logo, foi do tipo de experiência sonora que me dá mais prazer: aquela em que é preciso se deixar engolfar por uma massa de ruídos, e lá de dentro perceber suas nuances, suas transformações/permanências, sua beleza distorcida.



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