domingo, 15 de fevereiro de 2009

Paulicéia avant-garde: Itamar Assumpção

Não poderia estrear essa seção falando de outra pessoa a não ser Itamar Assumpção, afinal, além de ele ser um dos maiores músicos que já nasceram nesta terra de Vera Cruz, ele é o tema do meu trabalho de conclusão de curso em jornalismo. Itamar era o típico gênio indomável: dono de um senso rítmico absurdo, ele criou uma linguagem musical completamente nova, na qual abundavam tempos quebrados, breques, canto falado e arranjos sempre em mutação; dono de uma personalidade um tanto quanto difícil, ele brigava com todo mundo, exigia dedicação total dos músicos que o acompanhavam, fazia ensaios diários de cerca de 5 horas de duração, e achava que quem não gostasse da música que ele fazia era burro. No fim da vida, quando já sabia que estava com câncer e que a probabilidade de cura era pequena, fez shows em que a Elke Maravilha subia ao palco fantasiada de morte gritando "Itamaaaaar, vou te pegaaaaaar". Além disso, começou a gravar como um louco, deixando diversos pedaços de músicas espalhados por aí. Esses registros ainda não tem previsão de lançamento, já que são músicas inacabadas e ninguém sabe direito como fazê-lo, mas um material contendo trechos dos últimos shows de Itamar vai ser lançado no segundo semestre pelo Itau Cultural.

Segue um show gravado em 1983 e transmitido pela TV Cultura. A apresentação fazia parte da turnê de lançamento do álbum Às próprias custas S/A. Atente para a precisão dos músicos (realmente, só com ensaios exaustivos seria possível atingir esse nível de apresentação), para a diferença entre os arranjos gravados em disco e os apresentados aqui ("Nega Música" foi virada de ponta cabeça), e, last but not least, para as caretas da Suzana Salles (adoooooro):









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